Revisitando este episódio do COW Cast, gravado em 2019, Renato Auriemo conversa com Simone Freire, jornalista, empreendedora e uma das principais vozes no tema de acessibilidade digital no Brasil. A história dela começa nas redações de tecnologia, mas ganha novo rumo quando decide empreender e criar a Espiral Interativa, agência voltada para projetos de impacto social em um momento em que quase ninguém falava sobre isso.
Um dos pontos de virada foi o trabalho com a Fundação Dorina Nowill para Cegos. A partir dali, Simone mergulhou no universo da inclusão de pessoas com deficiência no ambiente digital e descobriu um cenário tão urgente quanto invisível. Se no mundo físico já se fala de rampas, braile e intérpretes de Libras, no digital quase nada era pensado para quem não enxerga, não ouve ou tem limitações motoras.
Ela explicou, de forma simples e direta, como uma pessoa cega navega com leitor de tela, porque descrições de imagens são essenciais e como a ausência desses cuidados impede milhões de pessoas de comprarem, estudarem e se relacionarem online. O mesmo vale para surdos alfabetizados em Libras, que muitas vezes se deparam com sites totalmente inacessíveis em português escrito. Tudo isso em um país onde cerca de um quarto da população têm algum tipo de deficiência.
A partir dessa realidade e impulsionada por uma mentoria internacional da Goldman Sachs Foundation, Simone criou o Movimento Web para Todos. A iniciativa nasce com um propósito claro: mobilizar, educar e transformar. O movimento reúne dezenas de organizações parceiras, capacita profissionais de tecnologia e marketing digital e atua para que a acessibilidade deixe de ser exceção e passe a ser padrão.
O sonho de Simone é paradoxal: que o movimento deixe de existir quando a acessibilidade estiver naturalmente incorporada ao desenvolvimento digital, assim como hoje ninguém cogita criar um site que não funcione no celular.
A conversa é um convite a repensar responsabilidade, propósito e futuro da web.
Assista ao episódio completo no YouTube ou ouça no Spotify.
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